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Bernardo Mendonça (com Exclusivo Online)

Era o que Faltava

Temporada 3

21 março, 2022

Bernardo Mendonça (com Exclusivo Online)

"Eu acho que muitos de nós somos estropeados emocionais"

“Eu acho que muitos de nós somos estropeados emocionais”, afirma Bernardo Mendonça, o convidado de hoje do Era o Que Faltava. “Pela sociedade, pelas experiências, pelo género, pela forma como fomos tratados na infância, pela orientação sexual, por traumas sexuais, por timidez, etc… Há feridas, há dores e é bom perceber: é possível sarar, é possível fazer diferente”. 

O autor do podcast A Beleza das Pequenas Coisas esteve à conversa com a Ana Delgado Martins e o João Paulo Sousa: “Eu não procuro o sensacionalismo, pessoas que vão dar canal. Não é isso. É mesmo pessoas que não têm lugar de fala, pessoas interessantes que estão a falar de temas importantes, que me convocam e que me abanam e que eu acho essencial trazer para um espaço de escuta”. Para Bernardo Mendonça, o principal é o convidado e nem sempre consegue olhar para as suas notas: “Adoro quando me desarrumam ao ponto de eu não fazer ideia… Se a pessoa me está a levar para outro lado e se está a acontecer um bom assunto, eu vou! É uma dança: eu deixo me ir e, às vezes, puxo um bocadinho”. 

Contou algumas histórias da sua ida a Mariupol (Ucrânia), em 2015: “Numa aldeia acabada de ser bombardeada, no meio da horta, existem umas escadas que eram um bunker. Muitos ucranianos construíram esses bunkers de proteção nas suas casas, por mais humildes que sejam”. Mariupol “é uma cidade como outra qualquer, com essa particularidade de que é um povo bravo, habituado à agressão, a sobreviver e a resistir. Vénia para os ucranianos”. 

E como se mantém a esperança? Bernardo Mendonça afirma: “Eu acho que existirá sempre maldade e beleza das pequenas coisas… O que é que nos salva? É o outro, é a empatia, é tentarmos sempre ser melhores, sair da nossa bolha e fazer algo pelos outros. Se praticarmos essa empatia, inclusão e vontade de ouvir os outros, não só a nossa realidade fica mais rica e interessante como, se calhar, criamos o mundo à nossa volta melhor.”