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André Costa Jorge

Era o que Faltava

Temporada 3

16 março, 2022

André Costa Jorge

"As pessoas podem, só, não reproduzir preconceitos sobre os refugiados"
 
 
André Costa Jorge está na linha da frente a receber os refugiados que chegam da Ucrânia. É coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e explica como é possível ajudar: “Podem fazer donativos, integrar as comunidades de hospitalidade como voluntários, oferecer e disponibilizar acolhimento para os refugiados, arrendar casas”, através dos sites da PAR ou do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS)”. Mas também “podem, só, nas conversas com os amigos, não reproduzir preconceitos e estereótipos sobre os migrantes e os refugiados”.
 
 
Para o convidado do Era o Que Faltava é claro: “A Europa vai ser capaz de mostrar o seu melhor no acolhimento a ucranianos. O que eu não acredito é que seja apenas para estes. Tem de ser para todos aqueles que são seres humanos como eu”.  Recorda a “carga policial húngara sobre homens, mulheres e crianças em deslocação, a seguir à fronteira da Grécia, porque se entendia que estes refugiados tinham de ser controlados e travados porque eram perigosos” e compara os “quase 1 milhão destes refugiados, da Síria sobretudo, mas também Iraquianos e outros“ com os de agora “4 milhões, eventualmente até mais!”. Afirma: “Se calhar, o que houve em 2005 não foi uma crise de refugiados. Houve, talvez, uma crise de xenofobia, para não dizer racismo, em relação àqueles refugiados. E continua a haver”.
 
 
André Costa Jorge aborda vantagens da migração: “Os migrantes em geral, segundo os dados oficiais portugueses, fizeram um contributo para a segurança social de mil milhões de euros e são beneficiários de cerca de 300 mil milhões. Portanto, há um lucro do Estado de cerca de 700 milhões de euros das contribuições dos migrantes em Portugal". Para além disso: "Os países que têm diversidade em si são mais criativos, mais ricos do ponto de vista cultural e societal”. Acrescenta ainda: “Portugal é um dos países mais envelhecidos da Europa e do mundo. Eu acho que, se isto não for suficiente para nós termos uma política, não só de acolhimento mas de procura ativa… Não vamos ser capazes de gerar os filhos que nós precisávamos de gerar nos próximos anos para haver algum equilíbrio demográfico”.